sexta-feira, 31 de março de 2006

Olhares


Olha-me assim, rasga-me a alma. Incendeia-me com o teu olhar. Despe-me o corpo, rebeldia romântica, sã e doce loucura. Olha-me nos olhos, diz o que procuras, o que pensas, não escondas o desejo, deixa-o fluir. Deixa-me sem rumo, como a chuva quando cai numa noite de tempestade. Teu olhar, tira-me o chão, devora-me nos sonhos. Olha-me assim, deixa-me como um poema inacabado. Voam meus desejos como fogo num dia de vento. Olha-me, revira-me a vida, tira de mim o que procuras, mas deixa metade de ti. Olha-me assim, em todos os momentos... De lágrimas, beijos, sorrisos e desejos. Olhei-te, o mundo parou por nós, nos nossos pensamentos. Digo-te que te amo, digo-te quem sou, quem fui e quem espero ser na tua vida, ouves-me no teu silêncio. Digo-te que te quero junto a mim aonde eu te espero impacientemente, falo-te, dos meus sonhos, dos desejos, das minhas horas, minutos, segundos, momentos e lugares que eu repetidamente penso em ti.

Mulher (sexo - Frágil)



Dedicado a ti, Hena pela mulher que és!!!

Dizem que a mulher é o sexo frágil
Mas que mentira absurda
Eu que faço parte da rotina de uma delas
Sei que a força está com elas
Veja como é forte a que eu conheço
Sua sapiência não tem preço
Satisfaz meu ego se fingindo submissa
Mas no fundo me enfeitiça

Quando eu chego em casa à noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas pra quem deu luz não tem mais jeito
Porque um filho quer seu peito
O outro já reclama sua mão
E o outro quer o amor que ela tiver
Quatro homens dependentes e carentes
Da força da mulher

Mulher, mulher
Do barro de que você foi gerada
Me veio inspiração
Pra decantar você nesta canção
Mulher, mulher
Na escola em que você foi ensinada
Jamais tirei um 10
Sou forte, mas não chego aos seus pés.

Erasmo Carlos

quinta-feira, 30 de março de 2006

Se...


Se eu não puder ser o que eu desejo, que eu seja o que desejas de mim.
Se eu não puder ser a árvore que dá frutos, que eu seja o arbusto que dá sombra.
Se eu não puder ser o rio que inunda a terra, que eu seja a fonte que dá de beber.
Se eu não puder ser uma estrela no céu, que eu seja uma luz que anima as esperanças.
Seu eu não puder ser o teto que abriga a todos, que eu seja a porta que se abre a quem bate.
Seu eu não puder ser o mar que liga os continentes, que eu seja o porte que recebe a nave.
Se eu não puder ser o bosque que floresce, que eu seja o pássaro que nele canta.
Seu eu não puder ser a roseira carregada, que eu seja o perfume de uma flor.
Se eu não puder ser a melodia que enleva, que eu seja a inspiração de cada verso.
Seu eu não puder ser o vento que arrebata, que eu seja a brisa que acaricia.
Se eu não puder ser o livro que ensina, que eu seja a palavra que comove.
Se eu não puder ser a messe que promete, que eu seja o trigo que vai ser o pão.
Se eu não puder ser o fogo que incendeia, que eu seja o óleo que mantém a chama.
Se eu não puder ser o rico que tudo pode, que eu seja o pobre que não nega nada.
Se eu não puder ser a chuva que irriga o solo, que eu seja o orvalho que umedece a flor.
Se eu não puder ser o tapete no palácio dos reis, que eu seja o agasalho na casa dos pobres.
Se eu não puder ser o sorriso que encanta, que eu seja a impressão que ele deixa.
Se eu não puder ser a felicidade que todos buscam, que eu seja feliz em tudo para todos.
Se eu não puder ser toda a bondade do mundo, que eu seja bom como todo o mundo espera.
Se eu não puder ser a eternidade, que eu seja o tempo em que nos fala.
Se eu não puder ser o amor que tudo começa, que eu seja o amor que faz chegar ao fim!
(desconheço o autor)

quarta-feira, 29 de março de 2006

Um longo sonho...


Atravessamos a noite de mãos dadas. Cortamos o frio seco de Inverno. Vimos as nossas almas abraçadas a beira-mar. Sussurramos palavras que o vento nos diz ao ouvido numa noite romântica, de beijos e abraços. Falamos do amanhã que nunca mais chega, do ontem que nunca vivemos, do presente que não passa mais do que um sonho. Soltei uma lágrima quando disseste que o medo abraça a tua alma. E eu que tento alimentar a realidade neste sonho que não sei deixar de sonhar. Disse-te que eu não era de ninguém, mas sim do AMOR. Disse-te que de mim, poderias esperar a imperfeição, não sou perfeito e perderia a piada humana se o fosse. Sorriste... Oh, o teu sorriso, faz-me brilhar o olhar, qual luar... Disseste que tudo seria simples se eu fosse um sonho porque a realidade assusta-te. Respondi-te que eu não sei ser um sonho mas poderia tornar um sonho realidade, basta querer e acreditar. Todos nós poderemos fazê-lo. Peguei-te nos braços, protegi-te do vento, das sombras das lágrimas. Do medo da realidade. A dor da tua alma fechei-a no peito. Encostei-te a mim, beijei-te com um ramo de flores numa das mãos e noutra um poema de amor dedicado a ti. Murmurei breves palavras de amor no teu ouvido. Soletrei com todas as letras o quanto significavas para mim. Nessa noite, o Céu tinha a magia das estrelas. Os teus olhos brilhavam, eu transpirava com todos os nervos a flor da pele. Perguntaste-me se eu sabia falar a linguagem das lágrimas... Respondi-te que eu nunca fui sábio nem poeta, apenas simples humano que procura um amor para amar. Perguntaste-me se eu sabia aonde viviam os sonhos... Respondi-te que nunca tentei me descobrir aonde os sonhos vivem porque eu faço parte da realidade por isso acordei com uma lágrima seca no canto do olho.

Quando nada e tudo parece ter sentido.

Descontrolo, vazio sentido amarga a alma. Semblante triste e ofegante abraça sombras de corpos que se procuram. Mordaz silêncio impera no coração. Vozes ao escuro, gritos de lágrimas que se perdem no rosto. O cheiro do mar logo ali, invadindo janelas entreabertas. Vago sentir. Alguém grita por alguém, procura-se algo. O nada torna-se o sentido de tudo. Aonde estou? Quem sou? Quem fui e serei? Inúmeras interrogações no silêncio da alma. Uma luz acesa não será o mesmo que uma luz apagada, mas no escuro o nada pode ter outro sentido, talvez o sentido que se procura.

Serenata


Solta-se uma música com os teus movimentos.
Formas mágicas, perco-me no sabor dos teus beijos na musicalidade do teu corpo.
O fogo arde dentro de mim, como uma lareira acesa.

O fogo não se apaga alimenta-se consumindo cinzas.
Ainda que feche os olhos, oiço a serenata do teu corpo, deusa dos meus sonhos.
Entrego-te os sentidos, nas noites de sonhos e desejos...
Entrego-te eu, despido do receio da mágoa que me abraça e odeia-me mas amando-me ao mesmo tempo.
Há a dança do mar...
Há a dança do vento...
Há a dança da chuva...
Há a dança do luar, mas o meu amor dança no teu olhar...
Serenatas de amor, oiço-as quando fecho os olhos e abro meu coração para o amor.
Desprovido de tudo e nada, uma serenata de amor e ódio canto nas linhas que componho um poema.
Um simples poema que tem o nome de serenatas de amor.

terça-feira, 28 de março de 2006

Toda Tu...Todo Teu


Podes vir sem que eu te veja
Saberei reconhecer-te
O teu encontro
É o mais profundo
O teu gesto diferente
Vem Desce sobre mim nos caminhos
Como a luz dos anjos do Céu
Quero abraçar-te e ser tudo
Trazes Eternidade nos olhos
És o meu anjo
Toda tu
Todo teu

sexta-feira, 24 de março de 2006

Amo-te



Amo-te e não vou deixar-te ir
sinto muito a falta da tua presença
e já não quero sofrer...
Mais por ti a cada dia
amo-te e não te vou perder.
Seguirei todo o teu caminho
e poderei dizer-te
que o meu caminho és tu
Amo-te e não vou deixar-te sair
dos meus sonhos e da minha mente
em mim vais viver
para poder dar-te
tudo o que não te dei ao principio...
Amo-te e jamais te deixarei
já o tenho bem decidido
que na minha mente sempre vais estar
Amo-te e não o terei em segredo
que saiba todo o mundo
que por ti estou morrendo de amor..

quinta-feira, 23 de março de 2006

Amar ou ser amado?



Se pudéssemos escolher apenas uma alternativa, o que seria mais importante? Amar ou Ser Amado? Por mais que pensemos, fica realmente difícil encontrar uma resposta, mas podemos tentar... Vamos presumir que a alternativa escolhida fosse Amar... Como é bom Amar... Sentir o coração bater mais forte... As mãos frias e trémulas, as pernas fracas, o sorriso nos lábios... Sim, porque o sorriso faz parte do amor e como faz! Quando amamos, temos o privilégio de sorrir mais... Sorrimos até quando estamos parados, com o pensamento longe... Sorrimos das próprias lembranças que esse amor nos traz e muitas vezes, quando nos damos conta... Estamos lá, não importa onde... Mas estamos com o sorriso nos lábios... Até mesmo parados no sinal de trânsito a caminho de casa... No meio de um trabalho... Quem estiver a prestar atenção em nós, provavelmente não vai entender nada, mas se essa pessoa também já amou alguma vez na vida... Ah, com certeza vai entender porque estamos assim e vai sorrir também, só de lembrar como ela já ficou um dia por causa do amor... Quando pensamos na pessoa amada, uma enorme sensação de leveza vai tomando conta do nosso corpo... Da nossa mente, da nossa alma, assim, sem pedir licença... Mas é uma sensação tão maravilhosa que não importa. Ela é tão boa que não precisa de pedir licença, pode entrar e tomar conta do nosso ser... Sensação de plenitude... E agora, vamos pensar na outra escolha... Ser amado... Como é maravilhoso também saber que existe alguém que nos ama... Que se importa connosco... Que se preocupa com tudo o que nos possa acontecer... Que teme que nos aconteça algo de errado... A pessoa que nos ama está sempre vigilante, tentando proteger-nos de situações que poderiam machucar-nos, e consequentemente machucar a esta pessoa também, sim, porque não podemos esquecer-nos de tudo que foi dito anteriormente sobre amar... Quando somos amados, se algo de errado nos acontece, o ser que nos ama sofre muito com isso, talvez sofra mais do que nós mesmos poderíamos sofrer... O ideal seria escolher as duas alternativas, Amar e Ser Amado! Pois os dois sentimentos completam-se. Mas, nem sempre é assim... O ideal seria: Saber Amar e Ser Amado Mas isto é privilégio de poucos, talvez privilégio de quem já aprendeu muito com o amor, já cresceu muito com ele, e por isso talvez até consiga entendê-lo melhor... O ideal seria: Amar sem sufocar... Amar sem aprisionar... Amar sem cobrar... Amar sem exigir... Amar sem reprimir, simplesmente Amar... Ser Amado sem se sentir sufocado... Sem se sentir aprisionado... Sem se sentir cobrado... Sem se sentir exigido... Sem se sentir reprimido simplesmente ser Amado! Pois do que nos adiantaria Amar sem Ser Amado e Ser Amado sem Amar?...

Quando...


Quando sentires vontade de chorar não chores, podes chamar que eu choro por ti. Quando sentires vontade de sorrir, avisa-me eu venho para sorrirmos juntos. Quando sentires vontade de amar, chama-me que eu venho amar-te. Quando sentires que tudo está acabado, chama-me, eu venho ajudar-te a reconstruir. Quando precisares de uma mão amiga, chama-me, a minha mão é sempre tua. Quando precisares de ouvir dizer amo-te, chama-me, que eu digo-te a toda a hora pois meu amor é imenso. Quando não precisares de mim, avisa-me pois eu irei embora…

quarta-feira, 22 de março de 2006

O Santo Casamenteiro


Sto. António de Lisboa

Nasceu em Lisboa, no primeiro século da nossa nacionalidade, tendo falecido em Pádua em 1231. Foi certamente o primeiro e mais importante autor da pré-escolástica franciscana no espaço europeu, tendo recebido a sua formação cultural nas escolas e mosteiros portugueses, nomeadamente em Santa Cruz de Coimbra, num quadro muito marcado pelo pensamento de Santo Agostinho.
A vertente filosófica dos seus Sermões terá de ser encarada à luz do conceito de filosofia cristã, que tem por condição básica a aceitação da verdade da revelação, recebida pela fé, sendo a filosofia chamada a colaborar, pela via da razão, na obra da salvação, no pressuposto de que a razão filósofa em íntima articulação com a fé, nesta reconhecendo a autoridade plena do Verbo divino.

O que verdadeiramente está em causa é o esforço para abarcar a totalidade da vida do espírito fora da inexistente tensão razão/fé, fazendo confluir os saberes diversificados no plano mais alto da salvação.

Não deixando de exaltar a simplicidade dos que apenas crêem e vincando que a fé ocupa sempre o primeiro momento, trata-se também de saber qual o conteúdo da revelação acreditada, abrindo-se a processos de reflexão em que a razão emergente anuncia já o advento da filosofia escolástica. Em todo o caso, o saber da filosofia, bem como as armas da eloquência, não constituem fins em si próprios, mas meios cuja importância anteviu e cultivou no plano mais vasto da salvação. Não se tratava já da filosofia como «sabedoria do mundo», uma espécie de saber que se faz sem Deus ou contra Ele, em orgulhosa e soberba autonomia, razão por que, ao pensar a relação entre a ciência sagrada e as ciências profanas, no Prólogo dos Sermões Dominicais, entende que a plenitude da ciência está contida no Velho e no Novo Testamentos. Só a sabedoria que deles emana poderá constituir e edificar os sábios, logo, «assim como o ouro está acima de todos os metais, assim a ciência sagrada sobressai a toda a ciência», vincando por esta via a importância dos processos exegéticos, nomeadamente a questão dos sentidos da escritura, que exauriu com precisão, embora com privilégio do sentido moral. Aos dois Testamentos se referirá também como «uma roda dentro de outra roda», vincando o espírito da vida que está nas rodas, o qual identifica com o Verbo.

Uma das marcas relevantes da espiritualidade franciscana, que de algum modo se pressente no Santo português, é o entendimento do mundo do homem no quadro de uma interioridade que não o fecha sobre si próprio, estimulando um movimento de abertura e de relação solidária a tudo o que o cerca, no âmbito de um já muito vincado optimismo na valorização da criação como obra de Deus. A espiritualidade antoniana permanecerá muito permeável, na forma como viveu a perspectiva da interioridade e da pobreza, ao concreto, à natureza e à relação humana. A interioridade acentua a ideia de dependência em relação aos outros homens bem como ao conjunto da criação, numa espiritualidade eminentemente prática e vivencial.

Sto. António não olvidará a excelência da contemplação, mas sublinhará não obstante a circunstância terrena do homem como corpo e alma, sem deixar de considerar que a abertura à exterioridade não transforma o amor aos outros e às criaturas no apego à posse das coisas, estando neste caso o culto da pobreza, nomeadamente as críticas severas que dirigiu aos prelados e dignatários eclesiásticos, por se comprazerem nos luxos do século.

Tratando-se de uma espiritualidade que não olvidou a dimensão prática e vivencial, equacionou também a relação entre a acção e a contemplação no quadro da mística. Filha da vontade e do amor, numa alienatio mentis que supera o plano estritamente racional para que a alma, inteiramente conduzida pela graça, contemple Deus como em espelho ou em enigma, a mística tão-pouco representará uma renúncia à vida activa, nem às exigências da vertente racional do homem, porque a alma volta e regressa à vida activa para a realizar com maior perfeição, numa confluência entre o entender e o contemplar, o saber e a sabedoria.


TRADIÇÃO POPULAR

Na véspera do dia de Santo António encha um pequeno alguidar com água e escreva em papelinhos o nome daqueles que gostaria, ou pensa que seriam, os seus parceiros ideais. Enrole-os como se fossem rifas e coloque-os no alguidar debaixo da cama. No dia seguinte, o papel que estiver mais aberto revela-lhe o nome do seu futuro noivo…
Junho é o mês dos Santos Populares, das tradições, da magia e do cheiro a manjerico e alfazema.Não só em Lisboa, mas um pouco por todo o país a festa sai à rua. As janelas são enfeitadas, as noites são iluminadas pelas fogueiras e o calor e a alegria dão lugar aos bailes.E é neste ambiente colorido, de marchas populares e de balões a planar pela cidade, que aqueles que ainda não foram afortunados com uma paixão duradoura se juntam para pedir a Santo António um casamento abençoado por ele.

terça-feira, 21 de março de 2006

Dor ao amanhecer






Neste momento só me resta
este pc e a vontade de escrever.
As palavras não revelam tudo
encobrem muitas vezes a verdade
que tentamos colorir com palavras
bonitas que rimam…

Com a escrita fazemos o que queremos
como companheira dedicada
expomos sentimentos
transportamos lágrimas sorrisos
e cansaço…

Escrever é deixar soltar o que trazemos
na alma mas
também tem o seu preço .
Soltamos sentimentos
verdades e mentiras
ficamos um pouco frágeis
aos olhos de quem lê
e nem sempre entende o que está
por detrás de cada palavra exposta…


Na escrita tentamos soltar
cada bocadinho de nós
deveria ter mais cuidado e tentar
cuidar um pouco mais de mim
estar atento a cada sinal…

A raiva pode ser contida
mas a dor não!
ela instala-se
e acabamos por aprender
a suportá-la !
Sinto o coração bater sem ritmo
uma vontade que a noite passe depressa
e veja o amanhecer à espreita
e que ele me obrigue a reagir
esquecer esta dor
Este cansaço que nem me
permite escrever um poema
alinhado, rimado e colorido…

Neste momento só me resta
fechar esta página
porque já nem de escrever
sou capaz…
Neste momento só me resta o cansaço
e a dor…
Vou soltá-la na noite e quem sabe
ela se perca na escuridão
e não acorde comigo amanhã
ou talvez ela volte
se gostar de ser minha companheira...


20/03/2006 (Quase amanhecendo)

segunda-feira, 20 de março de 2006

Eras tu o meu sonho




Nos meus sonhos aparecía um ser inteligente, formoso, sensivel, forte e sábio, que me ía conquistando totalmente com seu amor . . .Mas os sonhos não são mais que o reflexo dos nossos desejos. Nunca esperei encontrar alguém com todas essas maravilhosas qualidades. E então conheci-te . . . Não somente me devolveste a fé nos sonhos, como aprendi que és mais maravilhosa que os meus próprios sonhos.

quinta-feira, 16 de março de 2006

Tu


Ah, se tu estivesse aqui neste momento...
Deixaria teus braços enlaçarem meu corpo,
tua boca vir de encontro à minha,
teus olhos me guiarem.

Seria tua da maneira que quisesses,
da maneira que desejasses.

Porque só tu és capaz de fazer sonhar,
tua imagem me enfeitiça.
Sou capaz de ceder à todas as suas
vontades sem questioná-las,
porque perto de ti
não sou dona de mim,
sou simplesmente tua.


Tatiana V. Mattos

Hena

quarta-feira, 15 de março de 2006

Procuro-re


Algo deriva à sorte,
Algo se esconde aqui,
Tentando escapar da morte,
Tentando encontrar-te a ti.

Nas profundezas eu me guardo,
Nos abismos eu me escondo,
Vejo-me sozinho num adro,
Pois de ti me desencontro.

Quero olhar para ti...
Saber que estás comigo...
Mas olho aqui e ali,
E não te ouvindo, desligo.

Desligo da vida terrena...
Procuro-te em meu pensamento...
Esperando que tu me acordes,
E que me tires o sofrimento...

Esta solidão que maltrata,
Sem ti não posso viver,
É um cristal de luz que mata,
E por ti quero morrer...

Sussurra-me ao ouvido,
Para que eu não te procure mais,
E assim possamos estar,
Em muitas loucuras fatais.

Escreve-me, fala comigo,
Dá-me uma pista a mim...
Pois eu estou disposto,
A dar a minha vida por ti...

quinta-feira, 9 de março de 2006

Nocturno de Areia





Quase toco a noite macia, tímida e quente. pelos dedos entreabertos, enleiam-se beijos de estrelas cadentes, traçando riscos dourados no dia que amanhecerá. na palma da mão, acolhe-se o segredo, linhas ondulantes de vida, ilhas de dádivas e tesouros, círculo imperfeito de ternura. Com as mãos, um espectro de gesto por cumprir, desenho quimera, corpo contorno fantasma. Murmúrio da vontade de voar, ecos elípticos que evolam os medos dos naufrágios. Na pele, areia líquida dócil, espelha-se o nocturno luminoso dos mares.

Se tu viesses ver-me...




Se tu viesses ver-me...
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...

Florbela Espanca

quarta-feira, 8 de março de 2006

Recordo com Dor


Recordo, um dia tive que partir
uma dor trespassava meu peito
com todo o custo tentava sorrir
foi tudo em vão, tudo sem jeito .

Disse!...Hena não chores
que parto não de vez
hão-de vir dias melhores
e um dia vou regressar...

Recordo, as malas estavam prontas
a todo o custo eu tentava estar
nunca podia ser uma afronta
sei que começei a chorar ...

Recordo, estava absorto
meus pensamentos em vagueio
23 de Setembro, saí do aeroporto
depois...a noite em passeio .

Disse!-- Hena vou-me embora
para mim não acabou, não é ilusão
levo-te comigo na mente
levo-te meu amor, no coração .

Recordo, aquele dia
tinha chegado a hora,
com tristeza, sem alegria
desde aí, vivo cá por fora.

Caminho sem rumo, ando à toa
sorrio por vezes,lampejos de fé
quero meu amor, não que o peito doa
vou regressar,não é sonho, não, não é.

segunda-feira, 6 de março de 2006

Dorme Jessy...Dorme


(Para Jessy com carinho)

Olhando-te com a luz fraca,
vejo-te dormir descansada...
Com tão pouco deste mundo
ainda nada sabes...
teu padrinho te protegerá
tua madrinha te guiará
E todos te amaremos .
Minha linda, tão pequena que és...
Esta tua fragilidade de hoje
virá a tornar-se na força de amanhã,
dia após dia crescerás,
aprenderás
errarás...
Mas vais ser forte!
Se te pudéssemos privar do sofrimento
seria um erro,
pois não chegarias a saber
o que é a felicidade.
Mas olhando assim para ti,
tão inocente dormindo
a tentação torna-se cada vez mais forte!
Para não conheceres o sofrimento
o mundo não podes viver.
Vive o mundo, minha linda
e um dia, poderás olhar um bebé
e sentir o que aqui sentimos de lágrimas nos olhos.

Heitor*Hena


sexta-feira, 3 de março de 2006

Que Pecado





Que Pecado
Nosso caso tão formoso e diferente
o escondemos
Se é tão puro, cristalino e transparente
Que Pecado
A inveja que provoca em toda a gente
O ocultemos, tristemente
Que pecado
Que este amor sendo tão grande nao rebente
Que nao fuja que não grite nós sabemos que é valente
e vivamos às escondidas
O melhor que Deus nos deu nas nossas vidas
Que pecado
Não poder amanhecer entre teus braços
Disfrutar desse carinho em teu regaço
Minha vida, que pecado
Que Pecado
Que a noite terminará tão depressa
E levará o teu perfume com a brisa
Meu amor
Que pecado

quarta-feira, 1 de março de 2006

Sonhar Apenas...




Às vezes a noite assusta-me
Estou só e sinto a tua falta...
Procuro e não te encontro
Chamo-te e não respondes
E na imensidão dos meus pensamentos
Só procuro encontrar-te
Sei que neles, estarás a minha espera.
O frio aquece as minhas lembranças
Levando-me para bem distante
Onde agora, gostaria de estar...
Lado a lado, corpo colado
E todos os meus desejos e saudades
Junto a ti saciar...
É triste ficar sem ti
Ficar sem o teu carinho
Não ter teus bracos para me abraçar...
A noite torna-se cada vez mais sombria
Sem ti, tudo fica vazio
E nem a tua voz sussurando baixinho
Nao tenho tuas maos para me aquecer
Essas mesmas mãos que me acariciaram
Para que eu pudesse adormecer...
Onde estás...
Nesta noite fria e solitária
Onde busco o teu aconchego
E não o sinto
Só me restando este triste vazio
Vou fechar os meus olhos
E tentar deixar o sono aproximar-se
Pois na magia dos meus sonhos
Sei que todos os nossos desejos
Vamos juntos, realizar
E amanhã, quando o sol
Pela janela entrar
Toda esta tristeza ja terá ido embora
Pois ao acordar terei a certeza
Que vivi mais um linda noite de amor
Onde pude contigo me encontrar.
Longe de tudo e de todos
Entregámo-nos, amámo-nos
Mais uma vez, unidos pelo amor
E pela força do pensamento
Nos tornamos apenas um só... Uno
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